Experiência de Garanhuns
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Assim que voltamos do encontro em Igarassu, nos encontramos com os nossos amigos e assistimos a um vídeo que retrata a desigualdade social. Logo falamos do Projeto e nos questionamos quem seriam os últimos na nossa cidade? Chegamos a conclusão de que seriam as pessoas que moram nas ruas, desprovidas muitas vezes até de esperança.
Não sabíamos como começar, marcamos para dar uma volta a noite pela cidade em busca dos nossos últimos. Encontramos alguns, mas como abordá-los? Percebemos que tínhamos que nos igualar a eles, e logo estávamos sentados nas calçadas, dividindo comida, conversando, entendendo suas necessidades. Nossas visitas aos últimos se tornaram cada vez mais freqüentes, com isso alguns jovens foram somando ao nosso projeto. È grande a sede que eles possuem de fazer algo concreto para contribuir com os necessitados. Um dos nossos companheiros lançou-se e mobilizou sua mãe para fazer um mungunzá para levarmos em uma de nossas visitas. Foi muito rico, comemos juntos nessa noite e estreitávamos cada vez mais nossos relacionamentos com os últimos.
Nesses relacionamentos conhecemos seu Luis, que está a cerca de oito anos morando nas ruas. Ele exercia a função de mecânico, mas como sofreu um acidente que paralisou uma de suas pernas, o que dificultou exercer suas atividades. Nos veio como idéia tentar aposentá-lo por invalidez, já que temos como objetivo promover a pessoa humana e não somente assisti-la.
Nos informamos no INSS quais seriam os documentos necessários para dar entrada na aposentadoria. Sr. Luiz só tinha a certidão de casamento, nunca havia tirado outros documentos. Para tirar a Identidade precisávamos de fotos 3x4 sua. Mas antes levamos Sr. Luis para nossa sede, preparamos e tomamos juntos um café da manha, em seguida ele tomou um banho e depois fomos tirar suas fotos. Percebemos o quanto chamávamos a atenção da sociedade, que certamente se perguntava o que fazíamos com aquele senhor.