domingo, 14 de junho de 2009

Experiência de Garanhuns

Mais uma experiência enviada pelos Jovens de Garanhuns.

:)

Assim que voltamos do encontro em Igarassu, nos encontramos com os nossos amigos e assistimos a um vídeo que retrata a desigualdade social. Logo falamos do Projeto e nos questionamos quem seriam os últimos na nossa cidade? Chegamos a conclusão de que seriam as pessoas que moram nas ruas, desprovidas muitas vezes até de esperança.

Não sabíamos como começar, marcamos para dar uma volta a noite pela cidade em busca dos nossos últimos. Encontramos alguns, mas como abordá-los? Percebemos que tínhamos que nos igualar a eles, e logo estávamos sentados nas calçadas, dividindo comida, conversando, entendendo suas necessidades. Nossas visitas aos últimos se tornaram cada vez mais freqüentes, com isso alguns jovens foram somando ao nosso projeto. È grande a sede que eles possuem de fazer algo concreto para contribuir com os necessitados. Um dos nossos companheiros lançou-se e mobilizou sua mãe para fazer um mungunzá para levarmos em uma de nossas visitas. Foi muito rico, comemos juntos nessa noite e estreitávamos cada vez mais nossos relacionamentos com os últimos.

Nesses relacionamentos conhecemos seu Luis, que está a cerca de oito anos morando nas ruas. Ele exercia a função de mecânico, mas como sofreu um acidente que paralisou uma de suas pernas, o que dificultou exercer suas atividades. Nos veio como idéia tentar aposentá-lo por invalidez, já que temos como objetivo promover a pessoa humana e não somente assisti-la.
Nos informamos no INSS quais seriam os documentos necessários para dar entrada na aposentadoria. Sr. Luiz só tinha a certidão de casamento, nunca havia tirado outros documentos. Para tirar a Identidade precisávamos de fotos 3x4 sua. Mas antes levamos Sr. Luis para nossa sede, preparamos e tomamos juntos um café da manha, em seguida ele tomou um banho e depois fomos tirar suas fotos. Percebemos o quanto chamávamos a atenção da sociedade, que certamente se perguntava o que fazíamos com aquele senhor.
Ao chegar no órgão para dar entrada na identidade, recebemos a informação de que não havia mais ficha para aquele dia, decidimos esperar e conseguimos ser atendidos. Durante o atendimento perguntamos alguma informação sobre aposentadoria por invalidez, a pessoa nos disse olhando para a certidão de Sr. Luis que pela data de nascimento que constava ele já poderia estar aposentado independente de estar inválido, não sendo mais necessária toda a burocracia de perícias e tudo mais. Para nós ficou claro que era uma providência de Deus, ficamos muito contentes. E vimos muito próximo a possibilidade de tirá-lo das ruas.
Conseguimos tirar já seu título, carteira de trabalho, CPF e estamos aguardando a sua identidade, que aqui em nossa cidade demora um pouco para chegar.
Sentimos que Sr. Luis muito nos ajuda também, ele tantas vezes chega a nos aconselhar, animar quando estamos inquietos, preocupados, avisa quando acontece alguma coisa. Todos somos beneficiados com a experiência.

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